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Lucas 10:33 “Então apareceu um samaritano desprezado e, ao ver aquele homem, sentiu compaixão por ele.”

Pense

Uma das imagens mais claras de bondade em todas as Escrituras vem de uma história que Jesus contou em resposta a uma pergunta: “Quem é meu próximo?” Em vez de oferecer uma definição, ele contou uma história: um homem espancado e deixado para morrer, ignorado pelos líderes religiosos e finalmente ajudado por alguém que ninguém esperava. Nós o chamamos de Bom Samaritano. Mas há um detalhe na história que às vezes ignoramos: a gentileza lhe custou alguma coisa. Ele estava em uma viagem. Ele tinha um lugar para estar. A estrada em que ele estava era perigosa. Ajudar o homem ferido não foi um desvio conveniente — foi uma interrupção. E ainda assim, ele parou.

Lucas 10:33 diz: “Quando ele viu o homem, sentiu compaixão por ele.” E essa compaixão não permaneceu interna. Isso se transformou em ação. O samaritano cruzou barreiras sociais e étnicas. Ele sujou as mãos. Ele doou seu tempo, seus recursos e sua reputação para ajudar alguém que nunca poderia retribuí-lo. Isso não é apenas bondade — é a bondade guiada pelo Espírito, em forma de evangelho, que se move em direção à dor, não para longe dela.

A questão é: pararíamos? Ou nós, como o sacerdote e o levita da história, continuaríamos andando? Talvez não porque não nos importamos, mas porque estamos ocupados. Porque estamos cansados. Porque não temos certeza do que fazer. Porque parar parece caro. Gostamos da ideia de sermos gentis. Mas muitas vezes esperamos que isso aconteça de uma forma que se encaixe perfeitamente em nossa agenda. A história do samaritano nos lembra que a verdadeira bondade raramente é conveniente. Isso interrompe. E quando isso acontece, temos uma escolha: continuar ou parar e intervir.

Vivemos em um mundo em que as pessoas estão sofrendo ao nosso redor, algumas visivelmente, outras silenciosamente. E estamos tão condicionados a agir rapidamente, manter o foco e minimizar as interrupções que muitas vezes sentimos falta das pessoas que estão à nossa frente. Não fisicamente, mas emocionalmente, relacionalmente, espiritualmente. E, às vezes, a coisa mais cristã que você pode fazer é parar quando o mundo diz: continue andando.

É fácil se sentir sobrecarregado com todas as necessidades. Você não pode resolver todos os problemas. Mas você pode interagir com quem está à sua frente. Você pode responder ao empurrão. Você pode ouvir por mais tempo do que o necessário. Você pode fazer mais uma pergunta. Você pode ver a pessoa que os outros ignoram. Esse é o poder da bondade desenvolvida pelo Espírito: ela diminui seu ritmo para que seu coração possa se recuperar. A bondade que interrompe não espera até que você se sinta totalmente pronto. Isso só abre espaço. Diz: “Posso não ter uma solução perfeita, mas posso aparecer”. Não é impulsionado pelo resultado. É movido pelo amor. E, muitas vezes, é a interrupção que se torna o ministério.

Talvez o nome ou o rosto de alguém venha à mente para você. Alguém para quem você sentiu Deus te empurrando, mas você não sabe como ajudar — ou não tem certeza de que tem tempo. Talvez ainda não seja uma pessoa, mas um tipo de situação: alguém diferente de você, alguém que você está tentado a evitar, alguém que talvez precise de mais do que uma resposta rápida. O samaritano não perguntou: “Essa é minha responsabilidade?” Ele perguntou: “O que eu posso fazer?” Essa mudança — da justificação para a compaixão — é onde a bondade se torna ação. E aqui está o que é lindo: o Espírito prepara você para cada interrupção a que ele o conduz. Você não precisa fabricar a energia, as palavras ou as soluções. Você só precisa aparecer. Quando a bondade está enraizada no Espírito, ela se multiplica. O que parece uma pequena interrupção para você pode se tornar uma experiência que mudará a vida de outra pessoa.

A gentileza nem sempre vem com alarde. Nem sempre parecerá heróico. Mas em um mundo que passa constantemente, a pessoa que para, mesmo que brevemente, reflete o coração de Cristo mais do que jamais imaginará.

Aplique

Hoje, fique atento a uma interrupção. Não é uma distração, mas um desvio divino. Quando alguém ou alguma coisa chamar sua atenção, faça uma pausa antes de ignorá-la. Pergunte: “É alguém que Deus quer que eu veja agora?” Se sim, pare. Ouça. Socorro. Siga o empurrão em vez do cronograma.

Ore

Jesus, me ajude a desacelerar o suficiente para notar as pessoas à minha frente. Dê-me olhos para ver para onde você já está se movendo e a coragem de responder, mesmo quando isso interrompe meus planos. Faça-me disposto a parar, a me envolver, a amar de maneiras práticas. Deixe minha bondade refletir sua compaixão hoje. Em nome de Jesus. Amém.